Revista São Paulo em Perspectiva
 

VULNERABILIDADE
v.20/ nº.1/ Jan-Mar 2006      voltar

Este número comemora o vigésimo ano de circulação nacional ininterrupta da São Paulo em Perspectiva, ao tempo que inaugura uma nova fase na história da publicação. Seu atual projeto gráfico, mais uma vez concebido por Moema Cavalcanti, segue todas as recomendações da ABNT e permite mais flexibilidade ao leitor. O Conselho Editorial foi reformulado e passou a ser integrado por 26 pesquisadores com notório saber em distintas especialidades, pertencentes a 21 renomadas instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais de nove Unidades da Federação e quatro outros países. Todos os artigos publicados têm prévia aprovação de dois pareceristas ad hoc, no sistema double-blind, e os temas a serem editados são divulgados antecipadamente, o que tem ampliado bastante a submissão de artigos.

É motivo de orgulho para a Fundação Seade o fato de São Paulo em Perspectiva ser o periódico mais consultado entre todos aqueles disponibilizados na coleção SciELO. A Revista é avaliada como “A Nacional”, no sistema Qualis, da Capes, pelos comitês de Ciência Política, Sociologia, Multidisciplinar, Medicina II e Saúde Coletiva; “B Nacional”, pelos comitês de Antropologia, Geografia, Psicologia e Serviço Social; e “A Local”, em Economia, Educação, Engenharias III e Planejamento Urbano e Regional/Demografia.

Este reconhecimento amplia a responsabilidade da Fundação Seade e da editoria da Revista na manutenção da sua qualidade técnica e editorial, sendo que as mudanças ora apresentadas expressam nosso empenho nesta direção. Ademais, um grande esforço tem sido feito para mantê-la em dia, em que pesem todas as exigências e contratempos próprios do serviço público. Destarte, as alterações realizadas não significam ruptura com a proposta anterior, conduzida por Miguel Chaia, seu editor durante 17 anos, mas sim um agendamento aos tempos que se renovam com uma rapidez cada vez maior.

O tema que inaugura esta nova fase é Vulnerabilidade. Esta escolha não foi aleatória, já que se trata de assunto muito caro à Fundação Seade. Nos últimos anos, a instituição gerou para o Estado de São Paulo dois indicadores que têm sido fortes referências para a focalização mais eficiente das ações sociais de enfrentamento da pobreza e da criminalidade: o Índice de Vulnerabilidade Juvenil – IVJ e o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS. A opção por esta denominação correspondeu à tentativa de introduzir, na discussão da focalização das ações de combate à indigência e à pobreza, a idéia da necessidade de gerar para estes grupos populacionais uma rede de proteção à sua fragilidade, dada a sobreposição de carências a que estão sujeitos. Na composição temática dos índices, procurou-se também passar o recado de que, em vez de uma redistribuição econômica passiva, o mais sensato é enfatizar o igualitarismo fundado em ativos pessoais, baseado no investimento em habilidades e capacidades. Hoje, sabemos que um conjunto significativo de ações sociais no Estado de São Paulo, nos três níveis de governo, tem tomado como referência estes indicadores, mostrando de certa forma o êxito deste nosso projeto institucional.

O debate sobre esta terminologia e o seu conceito cresceram muito nas últimas décadas, acentuando-se de forma expressiva na América Latina na virada do século. De certa forma, ele ecoa o avanço do pensamento na área das ações de enfrentamento da pobreza e da desigualdade e na intercessão deste tema com a questão ambiental.

Os onze artigos que compõem esta edição abordam múltiplas dimensões da vulnerabilidade, privilegiando os enfoques social, socioambiental e ambiental.

Agradecemos a participação de todos os integrantes do novo Conselho Editorial pela contribuição para a qualidade da Revista. Penhoramos igualmente agradecimentos aos 24 autores e 21 pareceristas cuja colaboração tornou possível a publicação deste número duplamente especial da São Paulo em Perspectiva.

FELÍCIA REICHER MADEIRA
Diretora Executiva da Fundação Seade

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